Iniciar minha trajetória como gestor educacional no Colégio Nova Geração foi muito mais do que vir “de mala e cuia”, como diriam os antigos, deixando o litoral do Espírito Santo para adentrar 2500 km no Brasil rumo a cidade de Primavera do Leste-MT. Assumir este cargo representou um claro desafio, responsável por me fazer repensar práticas profissionais em meio a um ambiente bem diferente do que estava habituado, além de também representar um convite a mergulhar profundamente na cultura que define a instituição que eu vestiria a camisa dali em diante. Assim, desde o primeiro dia, compreendi que qualquer transformação significativa deveria ser construída com base em um respeito genuíno a sua história, a qual completava, em 2024, 15 anos, bem como aos seus valores e ao seu DNA. Responsáveis por torná-la uma referência, em franco crescimento, na região e, consequentemente, em seu estado.

Deste modo, um dos primeiros pontos de consciência para as minhas ações foi me apropriar da missão do Colégio Nova Geração: incentivar nossos alunos a conquistar o mundo. É lógico que com ela vieram leituras intensas de PPP, Manuais, Regimento, dentre outras burocracias necessárias. Contudo, essa simples frase, inspiradora, passou a refletir, além do compromisso da instituição, o meu próprio, agora focado em preparar nossos estudantes para os desafios do presente e do futuro. No entanto, para alcançar novos horizontes, se tornou essencial identificar os pilares que já sustentavam a escola e integrá-los a novas possibilidades de evolução, afinal de contas, a minha missão ao ser contratado também era muito clara: conduzir a instituição, ao longo dos próximo anos, a um patamar de excelência que a solidifique entre as melhores do Mato Grosso!

Isto posto, um dos traços mais marcantes do colégio, e que logo me chamou a atenção, foi seu DNA de “escola de projetos”, ainda que ela parecesse não assumir de forma explícita tal identidade. Em contrapartida, eram notórias as iniciativas, tanto de professores quanto do corpo gestor, focadas em projetos que incentivam a aprendizagem ativa, a colaborativa/cooperativa e a significativa. Isto, por si só, se constituía como o suficiente para se fortalecer uma característica que tornaria, de partida, nossa instituição única perante seus concorrentes diretos locais. Algo que já era percebido e valorizado na tradição esportiva escolar, fazendo com que a escola seja uma referência de títulos nos mais variados esportes e um verdadeiro celeiro de atletas no Centro-Oeste nacional. Neste sentido, o desafio (e a oportunidade!) estava em ampliar esse escopo: manter a tradição esportiva enquanto trazíamos novas perspectivas que complementassem a formação integral dos alunos.

Hoje, além do esporte, incorporamos iniciativas que estimulam a criatividade artística, o desenvolvimento tecnológico e o pensamento crítico. Como o caso dos “Clubes de Aprendizagem” implantados, versando sobre temas como a robótica, a poesia e a música, passando ainda pelo desenho, o teatro, a dança e, até mesmo, o jornalismo, o xadrez e o RPG. Estes projetos implementados, assim como outros de cunho pedagógico e as mudanças estabelecidas nas propostas dos trabalhos bimestrais, abriram novos caminhos para que cada aluno encontre seu espaço e desenvolva habilidades que o mundo de hoje demanda.

Por óbvio, essa jornada não seria possível sem a colaboração e o diálogo constantes com a equipe pedagógica e com as famílias. Foi no respeito e na valorização das práticas já consolidadas que encontramos espaço para inovar, tendo em vista que a verdadeira evolução nasce da harmonia entre tradição e inovação. Neste ínterim, para aqueles que passam ou passarão por episódios similares, aproveito a oportunidade para avisá-los: não se assustem com o fato de terem que assumir um papel de “malabaristas” entre o “ser flexível” e o “ser rígido” em meio ao processo que se delineará. Somos os “timoneiros” deste projeto, logo, as responsabilidades sobre o que der certo e, principalmente, sobre o que der errado recaem sobre nós. Assim sendo, a melhor solução é recorrer a posturas que se colocam como basilares para qualquer líder: seriedade, clareza e transparência. Estas serão necessárias ao se apresentar o “novo” aos envolvidos, assim como serão necessárias no lidar com as adversidades que surjam.

No mais, concluir meu primeiro ano como gestor educacional em Primavera do Leste-MT, a frente do que costumo colocar como a formação de um “novo” Nova Geração, me trouxe uma certeza: para transformar, é preciso reconhecer e respeitar a história institucional. É preciso olhar para a sua cultura como a base de tudo – não como algo que limita, mas como aquilo que sustenta e tem o potencial de orientar o novo.

Este é apenas o começo de uma caminhada repleta de desafios, aprendizados e conquistas. Nos próximos conteúdos, compartilharei mais etapas dessa jornada, mas deixo aqui a base de tudo: o respeito às raízes que nos trouxeram até aqui.

E você, como valoriza e equilibra tradição e inovação no seu trabalho? Vamos conversar!

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